Tradução do artigo publicado no website da Transition Network com o título FALLING INTO PLACE – Action points from the Transitionese project, escrito por Deborah Rim Moiso em celebração do Dia Internacional da Tradução, 30 de Setembro.
Quando trabalhamos em processos criativos e colaborativos, o que muitas vezes acontece é que, mais do que seguir um plano, intuímos um caminho, escutamos, interagimos, e, de repente, de alguma forma, as peças começam a encaixar-se. E foi mais ou menos isso que senti esta semana enquanto cortava-e-colava materiais do hub italiano para montar um mosaico de conteúdos da Transição, na preparação do lançamento do website do projecto “Transicionês”, agendado para a última semana de Outubro (marquem na agenda!).
O “Transicionês” (Transitionese) é uma viagem de um ano pelo mundo das línguas, das traduções e da diversidade linguística da Transition Network. Juntamente com a Sara e o Pedro, da associação Moving Cause, apresentámos as nossas ideias quando arrancámos com o projecto, em Março, e partilhámos algumas notas de campo quando estávamos a definir o nosso itinerário, em Maio. E agora cá estamos nós no Outono, já próximos do prazo final do projecto, e finalmente a conseguir ver o panorama geral enquanto este vai ganhando forma.
O sonho colectivo que se delineou para o website do projecto incluía a criação de um mosaico de conteúdos coloridos e cativantes, abrindo muitas portas novas para a história que está a ser co-escrita por diferentes grupos, indivíduos e iniciativas todos os dias… e pretendia também facilitar o acesso a vídeos, documentos e manuais. Terá páginas em diferentes línguas e mostrará o trabalho que tem sido feito por equipas de tradutores por todo o mundo. Na última semana de Outubro o website ficará disponível, e vamos fazer uma conferência web aberta a todos os interessados em aprender mais sobre o projecto e que queiram de alguma forma contribuir, ou simplesmente partilhar as suas reacções e ideias para futuros melhoramentos.
Para além deste projecto mais público, vamos também apresentar algumas ferramentas de apoio à tradução de conteúdos da Rede de Transição: guias de estilo, fichas técnicas com ideias e aprendizagens sobre trabalhos passados, e uma ferramenta colaborativa para projectos maiores que poderá beneficiar as abordagens de tradução colaborativa.
Desde o início que temos estado a alimentar um glossário com palavras desta língua, Transicionês: se tiveres as tuas favoritas, partilha connosco através do Twitter (com a hashtag #transitionese), na secção de comentários aqui abaixo, ou por email. No Reino Unido, há quem tenha começado a usar a transição como um adjectivo, do tipo “That project is transition-y”. Como poderíamos nós traduzir isso? Transicioneiro?
Nestes dias de colheita outonal, a nossa equipa anda atarefada com a recolha e organização de materiais em diferentes línguas. Alguns destes conteúdos são traduções sumarentas que foram apanhadas directamente da árvore. Outros caíram com o vento… pedaços esquecidos de informação útil, que talvez tenham ficado enterrados por baixo da poeira da internet. À medida que fui percorrendo este processo de recolha para o meu hub, Transição Itália, soube-me mesmo bem olhar para todos os documentos, um-a-um, ler os nomes de tanta gente que esteve envolvida na construção de pontes linguísticas, e ver tudo como um todo, até que infine!
Como uma constelação crescente de grupos, hubs e iniciativas, a Transição almeja ser uma organização de aprendizagem. Grande parte desta aprendizagem vem com processos de feedback, parar para pensar, reflectir e recolher. É um processo gratificante por si só, fazer um balanço de tudo o que fizemos, apreciar as suas tonalidades brilhantes e, talvez, começar a ver onde é que ainda existem lacunas, o que mais poderia ser feito para completar o quadro.
Queres ajudar-nos nesta colheita? Conheces documentos da Transição que tenham viajado pelo mundo fora? Escreve-nos para transitionese no gmail.com.
Foto de destaque: Globos de ptwo no Flickr CC-BY