AMEP (2014-2016)

Em 2014 a Moving Cause propôs a criação da Associação pela Manutenção da Economia de Proximidade (AMEP), uma rede de consumo, produção e distribuição local de alimentos com recurso à moeda social ECOSOL. A iniciativa contou com a colaboração do movimento de economia solidária do Porto, ECOSOL, e da associação cultural Espaço Compasso que providenciou espaço para os encontros.

Inspirada nas iniciativas AMAP (Associations pour le maintien d’une agriculture paysanne) – nascidas  em França em 2002, com o objectivo de apoiar pequenos produtores que praticam e oferecem produtos de agricultura biológica num contexto de proximidade com o grupo de consumidores -, a AMEP introduziu a possibilidade de aquisição de produtos com moeda social em detrimento do euro.

Assim eram distribuídos cabazes que podiam ser adquiridos num modelo misto de moeda convencional (vulgo euro) e social (ecosol), fomentando a circulação de ecosois e o fortalecimento da economia de proximidade no centro do Porto.

As trocas realizaram-se entre Novembro de 2014 e Março de 2016 e foram organizadas em nove ciclos de distribuição. Semanalmente, às quartas-feiras, um grupo de pessoas encontrava-se no Espaço Compasso para tratar da sua mercearia de forma colectiva. Durante o período da experiência, a AMEP introduziu mais de 60 alimentos e bens essenciais na rede de economia solidária do Porto, e mobilizou pelo caminho 58 prossumidores.

"Hortárias" da Horta da Partilha entregam cabaz de hortícolas à cozinheira do Espaço Compasso num dia de distribuição da AMEP.

“Hortárias” da Horta da Partilha entregam cabaz de hortícolas à cozinheira do Espaço Compasso num dia de distribuição da AMEP.

AMEP: Princípios gerais

  • proximidade
  • solidariedade
  • pequena produção
  • produtos bio
  • transparência

Foi criada uma Carta de Princípios, baseada no documento original das AMAP francesas.

Funcionamento base da AMEP

A AMEP baseava-se na constituição de um grupo de consumidores que se comprometia, com frequência regular e por um período de tempo previamente acordado, a receber cabazes personalizados de alimentos diversos (como hortícolas, fruta, pão, leite vegetal, compotas e outras conservas, flores, sabonetes, etc).

A AMEP incentivava o papel activo de todas as pessoas na economia solidária, convidando cada membro consumidor a ser também produtor, contribuindo assim para a criação de uma rede de produção local. Contudo, um consumidor não tinha obrigatoriedade de produzir para a AMEP, embora devesse colocar sempre à disposição da economia solidária mais alargada algum tipo de serviço que pudesse ser do interesse da rede ECOSOL.

Todas as transações incluíam, pelo menos parcialmente, um valor em moeda ecosol. Eram privilegiados produtos que pudessem ser transacionados em ecosois em detrimento do euro.

Todos os elementos da AMEP, consumidores ou produtores, deveriam contribuir para um fundo da associação de forma a cobrir custos de administração e despesas relacionadas com a promoção e dinamização da AMEP.

Foi criado um Manual Prático que ia sendo desenvolvido à medida que as actividades se desenrolavam.

Documentos úteis

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