A economia nas nossas mãos – Epílogo à Rede de Economia Solidária do Porto

Artigo publicado no Jornal Mapa nº 19 (Fevereiro-Abril 2018)

A acção desenrola-se à volta de uma mesa. Num arranjo sobre uma toalha florida, frascos de iogurte caseiro estão dispostos lado-a-lado com as famosas compotas da Vó Guida. Por gentileza, alguém deixou um molho de malaguetas sino-de-natal para quem quiser levar. Outro trouxe uma amostra de conserva de cogumelos pleurotus em azeite e convida as pessoas a provarem e opinarem sobre a nova receita. Duas jovens «hortaleiras» e um cão acabam de chegar com cabazes de hortícolas e aromáticas fresquinhas. As marmitas estão quase prontas: só esperam ser embaladas pela mesma pessoa que espalhou jarros com mudas de alface e couve-flor pela sala. Cheira a especiarias e a pão no forno. O tom de convivialidade junta diferentes idades, sotaques, ofícios, partilhas, e encontra uma caixa-de-ressonância neste lugar.

Ao longo de mais de um ano, os encontros semanais de «prossumidores» da Associação para a Manutenção da Economia de Proximidade (AMEP) foram uma das faces mais visíveis da ECOSOL no Porto – a rede de economia solidária que tinha ganas de criar uma alternativa concreta à economia vigente. A AMEP era um grupo autónomo de produção, consumo e distribuição de alimentos e outros bens essenciais, que utilizava a moeda social ECOSOL como ferramenta para facilitar as trocas. Ao contrário de outros grupos de consumo, na AMEP todos os consumidores eram convidados a serem também elementos produtivos para um mote comum: a rede de economia solidária do Porto.

Seria esse o maior desafio, uma espécie de provocação ao sujeito passivo: o que pode cada um de nós fazer de realmente útil para a comunidade?

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