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A economia nas nossas mãos – Epílogo à Rede de Economia Solidária do Porto

Artigo publicado no Jornal Mapa nº 19 (Fevereiro-Abril 2018)

A acção desenrola-se à volta de uma mesa. Num arranjo sobre uma toalha florida, frascos de iogurte caseiro estão dispostos lado-a-lado com as famosas compotas da Vó Guida. Por gentileza, alguém deixou um molho de malaguetas sino-de-natal para quem quiser levar. Outro trouxe uma amostra de conserva de cogumelos pleurotus em azeite e convida as pessoas a provarem e opinarem sobre a nova receita. Duas jovens «hortaleiras» e um cão acabam de chegar com cabazes de hortícolas e aromáticas fresquinhas. As marmitas estão quase prontas: só esperam ser embaladas pela mesma pessoa que espalhou jarros com mudas de alface e couve-flor pela sala. Cheira a especiarias e a pão no forno. O tom de convivialidade junta diferentes idades, sotaques, ofícios, partilhas, e encontra uma caixa-de-ressonância neste lugar.

Ao longo de mais de um ano, os encontros semanais de «prossumidores» da Associação para a Manutenção da Economia de Proximidade (AMEP) foram uma das faces mais visíveis da ECOSOL no Porto – a rede de economia solidária que tinha ganas de criar uma alternativa concreta à economia vigente. A AMEP era um grupo autónomo de produção, consumo e distribuição de alimentos e outros bens essenciais, que utilizava a moeda social ECOSOL como ferramenta para facilitar as trocas. Ao contrário de outros grupos de consumo, na AMEP todos os consumidores eram convidados a serem também elementos produtivos para um mote comum: a rede de economia solidária do Porto.

Seria esse o maior desafio, uma espécie de provocação ao sujeito passivo: o que pode cada um de nós fazer de realmente útil para a comunidade?

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No balanço da AMEP

Em Outubro de 2015 lançamos a primeira fanzine da AMEP!

Em Outubro de 2015 lançamos a primeira fanzine da AMEP!

Depois do flagelo de um Verão passado sem acesso aos ovos do Nuno, ou à fruta desidratada da Vó Guida, e das longas noites a sonhar com o pão de beterraba da Joana, eis que chegou o Outono com a segunda temporada da AMEP! Desde o dia 30 de Setembro, voltamos a trazer semanalmente para a mesa do Espaço Compasso dezenas de produtos locais, éticos, orgânicos, caseiros e feitos com <3

7º Ciclo
 Duração: 7 semanas
 Início: 30 de Setembro de 2015
 Fim: 11 de Novembro de 2015
 Nº de Prossumidores: 18
 Nº de Produtos: 46

Próximo ciclo: de 18/11 a 16/12 | em preparação! 
Tens algum produto a oferecer? Escreve-nos: amep@movingcause.org
Até ao dia 06/11 estamos a aceitar produtos a incluir na tabela.
Dia de encomendas: 11/11 no Espaço Compasso às 18:30

A diversidade de produtos que esta rede de consumo, produção e distribuição de bens essenciais oferece mantém-se elevada: no 7º ciclo foram colocados à disposição 46 produtos (somente 2 menos que no ciclo anterior), incluindo pão, ovos, bolachas, hortícolas e fruta, refeições, leites vegetais, produtos de cosmética, mel e iogurtes.

amep: produtos disponiveis

Para consultar a tabela completa de produtos disponíveis no 7º ciclo, clica aqui!

Apesar da abundância frugal continuar em alta, neste ciclo participaram menos prossumidores do que nos ciclos anteriores (à excepção do primeiro): 12 produtores e 15 consumidores, perfazendo um total de 18 prossumidores (versus uma média de 22 por ciclo).

Talvez porque o ciclo começou a ser planeado cedo de mais em Setembro (quando algumas pessoas ainda estavam em férias), por falta de divulgação – ou até mesmo dificuldade de alguns membros em gerarem ECOS -, a verdade é que esta diminuição na participação se sentiu no convívio semanal, e reflecte-se também no volume total das trocas do ciclo, como se pode ver no gráfico abaixo.

Por outro lado, viu-se uma evolução positiva no equilíbrio de preços mistos em ecos e moeda convencional: quase 70% das transações deste ciclo foram feitas na moeda ECOSOL, e só menos de um terço em euros. (Até agora, só no primeiro ciclo é que se tinha conseguido uma proporção maior de utilização de ECOS, com 86%.)

Evolução do volume de transações ao longo dos ciclos AMEP

Evolução do volume de transações ao longo de todos os ciclos AMEP. Com o 7º ciclo atingiu-se um volume total de 3014 unidades monetárias transacionadas desde Novembro de 2014 (~1915 ecos + ~1100 euros).

Os balanços individuais de cada prossumidor que participou no 7º ciclo podem ser consultados através deste link.

Até à data só foram angariados 10 ecos como contribuição pelo trabalho de organização da AMEP. Desde Junho de 2015, todos os prossumidores que participam num ciclo são convidados a fazer uma contribuição livre e consciente pelo trabalho de coordenação da AMEP, com vista a tornar o esforço mais sustentável. No ciclo anterior, os 114,70 ecos angariados serviram para pagar 5 ecos/hora à equipa de coordenação, responsável pelas seguintes tarefas:

TAREFA HORAS DESCRIÇÃO
Contactos aos produtores 1 Chamada pré-ciclo à participação de produtores e contactos para a recolha da listagem de produtos, preço, quantidade e disponibilidade semanal.
Preparação das reuniões 1 Planeamento das reuniões de preparação de ciclo.
Tabela de produtos 2 Criação da tabela de produtos disponíveis para o ciclo a ser usada como base para as encomendas (em papel e/ou digital).
Folhas de encomendas / produção 5 Preparação da folha de cáculo base partilhada no GDocs e lançamento das encomendas para todos os prossumidores.
Balanços 2 Verificação dos totais a pagar por cada prossumidor e cálculo dos balanços do ciclo.
Mapas de distribuição semanal 2 Criação dos mapas de distribuição semanal com as quantidades a levantar / entregar por cada prossumidor.
Facilitação de pagamentos 4 Apoio aos consumidores nos pagamentos em ecosois e euros na 1ª semana do ciclo; pagamentos aos produtores na 2ª semana.
Comunicação 1 Emails e contactos telefónicos frequentes com os prossumidores para garantia do correcto funcionamento da AMEP.
Distribuição 8 2 horas por semana procuram-se voluntários para assegurar esta parte!
TOTAL 18 horas Valor aproximado
Contribuição ideal 180 ecos Caso se siga o valor-referência de 1 hora de trabalho = 10 ecosois

(*) o cálculo baseia-se na fase experimental em que os ciclos tinham a duração de 4 semanas.

O 8º CICLO JÁ ESTÁ EM PREPARAÇÃO! 
Tens algum produto a oferecer? Escreve-nos para amep@movingcause.org.
Até ao dia 06/11 estamos a aceitar produtos a incluir na tabela.
Dia de encomendas e reunião: 4ª feira, 11/11 no Espaço Compasso às 18:30

Desafiamos quem pretenda introduzir os seus produtos na AMEP – Associação para a Manutenção da Economia de Porximidade – a enviar-nos uma breve descrição, bem como a seguinte informação sobre a(s) sua(s) iguaria(s): quantidade (ex. frasco de 20 gr) | preço (euros e ecos) | distribuição mensal ou semanal. Todos são convidados a trazer amostras para a reunião de dia 11, para que possamos degustar, cheirar e sentir, bem como falar presencialmente sobre a sua origem e modos de produção. Bem hajam!

Agricultura de Proximidade, AMEP, Ecologia, Horta da Partilha, Permacultura

Dicas da Horta

Caros amantes das hortas, jardins e afins,

Iniciamos este Setembro uma secção dedicada aos trabalhos das enxadas e das sementes.

Primeiro cabaz da época 2015/16, directamente da Horta da Partilha (pela mão das agricultoras que posam para a foto) para a cozinha da Cuka (no meio) no Espaço Compasso. O negócio foi fechado usando exclusivamente a moeda Ecosol Porto.

Primeiro cabaz da época 2015/16, directamente da Horta da Partilha (pela mão das agricultoras que posam para a foto) para a cozinha da Cuka (no meio) no Espaço Compasso. O negócio foi fechado usando exclusivamente a moeda Ecosol Porto.

No seguimento da dinâmica que tem marcado os trabalhos na horta da AMEP, queremos partilhar as informações que recolhemos e aplicamos nas nossas actividades!

O tipo de agricultura que desenvolvemos é baseado numa mescla de vários filosofias agricolas: natural, biodinâmica, biológica, convencional sem químicos e outros que tais, e em modo de permacultura. Aprendemos com todos os modos de produção, tendo sempre em mente: cuidar das pessoas, cuidar da terra e a partilha justa dos recursos!

Que esta informação vos seja útil!

SEMEAR

  • ao ar livre e em local definitivo: agrião, cenoura, chicória, coentros, courgette, couve-flor, ervilha, espinafre, feijão, grelo / nabiça, nabo, mostarda, lentilha, rabanete, rábano, rucola, repolho, salsa e segurelha
  • em sementeiras (canteiros): acelga, alface, alho-francês, cebola, cebolinho, cenoura e tomate

Alertamos para o trabalho das sementeiras! Trata-se de uma actividade que requer atenção, dedicação, tempo e tudo o que tivermos para dar. Devemos encarar o local de sementeira (em local definitivo, mas principalmente, nas estufas) tal qual uma maternidade 🙂

PLANTAR

  • morangueiros, couve-penca, couve-galega, couve-flor

Podes encontrar pequenas mudas, prontas para transplantar, em feiras, hortos, cooperativas agrícolas, entre outros estabelecimentos.

COLHER

  • feijão e cebolas maiores

RESERVAR

  • sementes das cebolas maiores

Atenção! Para conservares as sementes lembra-te que a humidade é um factor muito importante. Reserva-as em local fresco e seco, sem contacto com água ou humidade. Caso contrário, é bem provável que apodreçam e percam a sua capacidade germinativa!

Esperamos nós que em Setembro possamos ter “Sol na eira e chuva no nabal”!!

Saudações!

AMEP

Relatório de Transparência AMEP

Chegamos ao final da primeira temporada AMEP! De Novembro de 2014 a Julho de 2015, a Moving Cause organizou 6 ciclos de consumo e produção de alimentos e outros bens essenciais, envolvendo ao longo dos meses cerca de 40 “prossumidores” nesta Associação pela Manutenção da Economia de Proximidade. O presente relatório resume os principais números do 6º e último ciclo da época 2014/15, e faz um apanhado dos principais totais do ano.

Ciclo: 6º
 Duração: 5 semanas
 Início: 3 de Junho de 2015
 Fim: 1 de Julho de 2015
 Nº de Prossumidores: 23
 Nº de Produtos: 48
Relação entre transações em ecos e euros no 6º ciclo AMEP

Relação entre transações em ecos e euros no 6º ciclo AMEP

VOLUME DE TRANSAÇÕES / 6º CICLO

Houve um ligeiro aumento na proporção de ecos usados nas transações relativamente ao ciclo anterior. Ainda assim a relação continua longe do ideal, que seria que a percentagem de euros não fosse maior que 15% do volume total das transações tal como aconteceu no 1º ciclo (1º ciclo = 14%; 2º ciclo = 45%; 3º ciclo = 38%; 4º ciclo = 35%; 5º ciclo = 42%).  ​Ver gráfico da evolução abaixo.

Com o 6º ciclo atingiu-se um volume total de 2671 unidades monetárias transacionadas desde Novembro de 2014 (~1690 ecos + ~994 euros).

Evolução do volume de transações ao longo dos 6 ciclos da temporada AMEP 2014/15

Evolução do volume de transações ao longo dos 6 ciclos da temporada AMEP 2014/15

BALANÇOS INDIVIDUAIS / 6º CICLO

A tabela abaixo apresenta os totais de consumo e produção de cada “prossumidor” no 6º ciclo, bem como o valor dos donativos angariados (114,70 ecos neste ciclo), a reverter para o trabalho de organização da AMEP.

A coluna “balanço” tem em conta a diferença entre aquilo que cada um produziu e o que consumiu+doou à organização (a aplicação das contribuições livres é explicada abaixo).

Por último, em jeito de “anti-sigilo-bancário”, a coluna “Saldo (cyclos)” apresenta o saldo actual de cada prossumidor na plataforma ECOSOL (à data de 30/06/2015). A publicação destes valores serve de referência para aprofundarmos o potencial “solidário” da economia solidária, pensando em formas de apoiar aqueles que estão com mais falta – ou excesso! – de ecos. (Sim, excesso. A beleza desta economia também reside no facto de não valer de nada acumular moeda, portanto os mais “ricos” também têm de se preocupar em arranjar forma de encontrar uma aplicação e fazer circular a sua riqueza.)

PROSSUMIDOR/A 6º CICLO AMEP Consumo Produção Donativo Balanço Saldo (cyclos)
ecos euros ecos euros ecos ecos euros ciclo anterior ciclo actual
Ana Rego 10.00 5.60 -10.00 -5.60 -35.35
Carina 11.00 5.50 -11.00 -5.50 -19.15
Catarina (Pão Nosso) 5.00 1.50 -5.20 -25.20 5 -4.80 23.70 -5.7 -6.25
Cuka 34.90 0.00 -50.00 0.00 30 -14.90 137.6 115.7
Escola Viva 20.00 17.00 -20.00 -17.00 -24
Elene 12.20 10.70 -30.00 0.00 17.80 -10.70 123.1 107.8
Filipa 15.40 1.50 -3.50 -37.00 -11.90 35.50 -3.3 8.4
Helena 0.00 0.00 -15.00 0.00 15.00 58.6 73.6
Joana 12.90 1.50 -21.00 -21.00 8.10 19.50 -0.8 7.55
Lilia 6.00 6.00 -6.00 -6.00 -14.85 -17.6
Luis Tiago / SEDE 33.20 3.00 6.8 -40 -3.00 63.8 27.15
Luisa C 23.65 8.75 -17.00 -1.50 10 -16.65 -7.25 54.65 42.1
Luisa B 16.10 18.80 -15.00 0.00 2.9 -4 -18.80 -17.55 -21.55
Natalia + Pedrosa 29.65 27.55 -29.65 -27.55 0 / 77.13 0 / 54.38
Nuno 0.00 0.00 -25.00 -12.00 10 15.00 12.00 47.15 46.85
Olides 0.00 0.00 -7.50 -7.50 20 -12.50 7.50 -7.33 -1.93
Pão Nosso
Portela 0.00 0.00 -9.00 0.00 5 4.00 -46.8 -37.8
Rogerio 0.00 0.00 -5.00 -14.00 5.00 14.00 -5.05 10.55
Sara 22.85 6.25 -15.00 0.00 -7.85 -6.25 13.45 57.6
Vo Guida 9.50 19.30 -42.70 -22.50 25 8.20 3.20 119.7 130.45
Ze Pedro 17.75 7.75 -17.75 -7.75 6 -5.55
Tripeira -19.20 0.00 19.20 58.8 90.8

RETRIBUIÇÃO PELO TRABALHO DE ORGANIZAÇÃO

No seguimento do método adoptado no ciclo anterior, o trabalho de organização da AMEP passa a ser pago, com vista a tornar o esforço mais sustentável. Partindo do valor angariado com as contribuições livres que foram feitas neste ciclo (num total de 114.70 ecos), sugere-se a aplicação das mesmas da seguinte forma:

Horas Retribuição Tarefas assumidas
Filipa 12.5 62.50 contactos pre-ciclo, tabela de produtos e mapa geral, balanço, pagamentos
Sara 5 25.00 balanço, pagamentos
Pedro 2 10.00 mapas de distribuiçao semanal
Moving Cause [donativo] 17.20 diferença entre o total de donativos e valor/hora pago à equipa
Total 19.5 114.70

Na retribuição não foram tidas em conta as horas de distribuição (2 horas por semana). Esta tarefa deve passar a ser voluntária e rotativa entre os participantes da AMEP.

Estimativa das horas de trabalho por ciclo (*)

TAREFA HORAS DESCRIÇÃO
Contactos aos produtores 1 Chamada pré-ciclo à participação de produtores e contactos para a recolha da listagem de produtos, preço, quantidade e disponibilidade semanal.
Preparação das reuniões 1 Planeamento das reuniões de preparação de ciclo.
Tabela de produtos 2 Criação da tabela de produtos disponíveis para o ciclo a ser usada como base para as encomendas (em papel e/ou digital).
Folhas de encomendas / produção 5 Preparação da folha de cáculo base partilhada no GDocs e lançamento das encomendas para todos os prossumidores.
Balanços 2 Verificação dos totais a pagar por cada prossumidor e cálculo dos balanços do ciclo.
Mapas de distribuição semanal 2 Criação dos mapas de distribuição semanal com as quantidades a levantar / entregar por cada prossumidor.
Facilitação de pagamentos 4 Apoio aos consumidores nos pagamentos em ecosois e euros na 1ª semana do ciclo; pagamentos aos produtores na 2ª semana.
Comunicação 1 Emails e contactos telefónicos frequentes com os prossumidores para garantia do correcto funcionamento da AMEP.
Distribuição 8 2 horas por semana procuram-se voluntários para assegurar esta parte!
TOTAL 18 horas Valor aproximado
Contribuição ideal 180 ecos Caso se siga o valor-referência de 1 hora de trabalho = 10 ecosois

(*) o cálculo baseia-se na fase experimental em que os ciclos tinham a duração de 4 semanas.

PRODUTOS / 6º CICLO

Dos 10 produtos disponíveis no 1º ciclo AMEP, passou-se para 48 no último ciclo da época 2014/15

Dos 10 produtos disponíveis no 1º ciclo AMEP, passou-se para 48 no último ciclo da época 2014/15

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AMEP

Entrar em Transição

A Moving Cause foi convidada a dinamizar uma oficina de recapacitação no seminário internacional Porto, Cidade em Transição, sob o mote “Semear Alternativas – experiências facilitadoras de (trans)acções“.

O desafio que nos foi lançado pela rede de Iniciativas de Transição junta o projecto AMEP, a rede ECOSOL do Porto e o movimento Covilhã em Transição. Em diálogo com estes projectos, vamos partilhar a nossa experiência de dinamização do grupo de “prossumidores” AMEP e explicar como pode funcionar uma Associação pela Manutenção da Economia de Proximidade baseada na troca semanal de alimentos usando uma moeda social.

Através do Boletim “Folha de Couve é possível acompanhar trimestralmente notícias da “Plataforma das Iniciativas de Transição em Portugal”.

O caminho para preparar as sementes necessárias para fortalecer o empoderamento do indivíduo, fomentar a fraternidade e os valores comunitários através da criação de trocas de saberes, produtos e serviços e experiências com moedas sociais/solidárias/alternativas.

Esperamos assim inspirar outras pessoas ou grupos com vontade de replicar o modelo que criamos, e também aprender em conjunto sobre formas de tornar a nossa comunidade mais resiliente.

AMEP

Rumo à abundância frugal

Arranque da AMEP / Moving Cause - Espaço Compasso, Novembro de 2014.

Arranque da AMEP / Moving Cause – Espaço Compasso, Novembro de 2014.

A acção desenrola-se à volta de uma mesa. Sobre a toalha florida estão dispostos frascos de paté e iogurte caseiro. Alguém por gentileza deixa ficar um saco de malaguetas sino-de-natal. Outro traz uma amostra de cogumelos pleurotus conservados em azeite. As marmitas já foram confeccionadas, mas ainda estão lá atrás, na Ecozinha, a ser embaladas pela mesma pessoa que tem espalhado pezinhos de alface e acelga pelo Espaço Compasso, como viveiro, petisco ou decoração.

Num final de tarde outonal, vão-se cruzando à volta da mesa as 15 pessoas que formam o grupo inicial da AMEP – Associação Pela Manutenção da Economia de Proximidade – uma rede pioneira de consumo e produção de bens alimentares que tem uma característica invulgar: os produtos que ali se vendem – e compram – são pagos numa moeda alternativa (e muito poucos euros).

No ciclo experimental da AMEP que arrancou no passado dia 26 de Novembro, 9 produtos foram colocados à disposição do grupo pela mão de 7 destemidas produtoras que responderam ao desafio lançado pela associação Moving Cause: vender as suas iguarias em troca da moeda ecosol.

Iogurtes bio, marmitas vegan, patés & molhos, marmelada, bolachas, kombucha, sabonetes e cremes artesanais – toda uma panóplia de belíssimos objectos comestíveis (ou esfregáveis) que ao longo de 4 semanas irão chegar aos braços (sem chegar aos bolsos) de quem participa nesta primeira experiência AMEP.

O espaço abre-se ao acaso de tudo o que pode surgir quando somos confrontados com a nossa própria inutilidade.

A AMEP é uma provocação ao tipo passivo. A AMEP deseja espalhar a semente do “prossumidor” – que não se confunda com aquele que sume! – e convida cada consumidor a ser um nó activo, produtivo e fértil desta rede de resiliência. A AMEP é a função performativa do alimento enquanto motor para a mobilização de uma utopia concreta. O desejo é tão só construir uma sociedade de abundância frugal¹. Começamos no nosso ninho, começamos no nosso prato, começamos a cuidar da terra – já estamos a lavrar os sonhos. Chegará o tempo das hortícolas carnudas.

O ciclo experimental da AMEP continua até ao dia 17 de Dezembro, todas as quartas-feiras das 18:30 às 19:30 no Espaço Compasso. E depois… continua!

Produtos disponíveis na segunda semana: iogurtes, marmelada, marmitas, patés, kombucha, cremes e sabões artesanais (na foto).  Embalados com tecidos coloridos de algodão, os sabões da Luísa Carvalho são feitos com azeite e óleo de coco e salpicados aleatoriamente de ervas, sementes, argilas e cheiros naturais. Preço: 1,5 ecos.

Produtos disponíveis na segunda semana: iogurtes, marmelada, marmitas, patés, kombucha, cremes e sabões artesanais (na foto). Embalados com tecidos coloridos de algodão, os sabões da Luísa Carvalho são feitos com azeite e óleo de coco e salpicados aleatoriamente de ervas, sementes, argilas e cheiros naturais. Preço: 1,5 ecos.

Resumo do 1º ciclo AMEP
26 de Novembro a 17 de Dezembro de 2014

10 consumidoras + 5 consumidores
7 produtoras
9 produtos
– iogurtes bio, marmitas vegan, patés & molhos, marmelada, bolachas, kombucha, sabonetes e cremes artesanais –
Volume de transacções:
167,9 ecos + 27 euros

¹"Abundância frugal: receita anticrise"
Entrevista com Serge Latouche no website do Instituto Humanitas UNISINOS.
AMEP

Fortalecer a economia de proximidade

Queremos resgatar as relações de proximidade com quem produz aquilo que comemos e promover o papel activo da vizinhança no cultivo, confecção e troca de bens alimentares.

Para isso unimo-nos à rede de economia solidária do Porto – ECOSOL – e criamos o conceito de AMEP.

A AMEP – Associação pela Manutenção da Economia de Proximidade – é uma rede de consumo, produção e distribuição local de alimentos no âmbito da economia solidária no Porto. Inspirada nas AMAP (Associações para a Manutenção da Agricultura de Proximidade) – nascidas  em França, em 2002, com o objectivo de apoiar pequenos produtores que pratiquem e ofereçam produtos de agricultura biológica num contexto de proximidade com o grupo de consumidores -, a AMEP introduz a possibilidade de aquisição de produtos com moeda social em detrimento do euro.

Do lado dos PRODUTORES, já temos inscrita a promessa de cogumelos shitake, alguma fruta da época, cerveja artesanal, marmitas/refeições vegans & bio, molhos, patés, conservas, piri-piri, compotas, kombucha, marmelada, sabonetes, e, a seu tempo, quando a estação o permitir, mais hortícolas a gosto.

Ainda estamos a aceitar pré-inscrições de produtos a juntar aos cabazes! Podes fazê-lo através deste formulário.

Do lado dos CONSUMIDORES, já temos um pequeno grupo de pessoas interessadas em participar no ciclo experimental de distribuição. Estamos a organizar um encontro de lançamento da iniciativa, em Novembro, onde serão prestados mais esclarecimentos, será feita uma prova dos produtos, e tentar-se-á definir o primeiro calendário / mapa de distribuição.

Se também queres participar, agora é o momento de indicares a tua disponibilidade aqui.

Para qualquer dúvida, estamos ao dispôr através do email amep@movingcause.org.

Onde vai ser feita a distribuição dos cabazes?
Algures em Cedofeita, no Porto. Ainda estamos a definir o lugar.

Quando começa?
A ideia é fazer um primeiro ciclo experimental a partir da segunda metade de Novembro de 2014, até ao Natal. Em 2015 continuamos em força em ciclos trimestrais.

É preciso adquirir cabazes completos com todos os produtos?
Cada consumidor compromete-se com a variedade e quantidades que quer, isto é, indica no início de um ciclo de produção/consumo aquilo que vai querer nas semanas seguintes.

O que é esta “moeda social”?
É uma moeda virtual, alternativa, que já está a circular no Porto. Podes saber mais sobre a ECOSOL e inscrever-te aqui: https://communities.cyclos.org/ecosolporto.

Como posso saber mais sobre o projecto?
Toda a informação, incluindo a Carta de Princípios AMEP, está neste link: https://www.movingcause.org/projectos/amep-porto/